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Cenas da vida, artigo de Anoushe Duarte Silveira.

2012/11/10   admin

Outro dias desses estava pensando sobre o espetáculo “Parem de falar mal da rotina”, com Elisa Lucinda, que assisti há alguns anos. A peça nasceu em 2002 e também virou livro, na verdade não sei se ainda está em cartaz, mas se estiver, vale conferir. Eu adorei, principalmente porque a mulher é um show. A atriz consegue de uma maneira extremamente engraçada – na verdade chorei de rir várias vezes – fazer a gente refletir sobre o nosso cotidiano.

Usando o humor, ela fala sobre o que ela chama de “cárceres”- coisas inúteis que nós mesmos criamos. Frases como “Eu sou orgulhoso mesmo…” “Não ligo para aquela mulher de jeito nenhum…”, leis que criamos e nos aprisionam desnecessariamente. Por que, na verdade, para que serve o orgulho, por exemplo? Para nada… como a atriz diz ” só deveríamos dizer sou orgulhoso mesmo se viesse seguido de um “mas estou em tratamento”. E de uma maneira igualmente bem humorada ela fala sobre outros cárceres como sermos racistas, escravos da beleza padrão (beleza é tão ampla, não?), dos perigos a que estão sujeitas as nossas crianças.

A reflexão que a atriz nos convida a fazer não é sobre as crianças de rua, mas sobre nossos filhos: “classe média”, “classe alta”. Coisas como o pai que proíbe o parquinho porque o menino de cinco anos está viciado em parquinho. Aí o garoto responde “que merda” e o pai contra-ataca “que porra de caralho de palavrão você está falando menino”. Ou seja… a gente se contradiz o tempo todo. Ela cita ainda a mãe que fala que vai quebrar o filho todinho pelo telefone e no fim da ligação diz que ama a criança, fala da mãe que se entope de antidepressivos, ansiolíticos, e outros tantos “anuladores” da vida, mas que proíbe maconha dentro de casa.

Durante o espetáculo, ela recita poemas lindos e dá um show de interpretação e sensibilidade. Usa as palavras de uma maneira forte, lancinante, que toca a alma. A palavra existe para tornar presente o que está ausente, algo mais ou menos assim ela disse… Concordo: sou fã da palavra! Sou fã das cenas da vida retratadas no palco, sou fã de poesia e, também, sou fã da Elisa Lucinda!!!!

Sou necessário/e na vida é impossível me evitar./Sou quem honra o seu compromisso de novamente tentar./Tenho mais um segredo,/dele você vai gostar:/Aquele irmão que falei no começo/se chama Acerto, que é onde você vai ganhar./Bem, chega de enrolar,/há muito tempo dizem de mim,/(e eu não sei quem foi que disse)/que me fazer é humano/mas persistir em mim é burrice!/Pode me pronunciar, não tenha medo./Ponha a cabeça no travesseiro olhando pra mim/e diga baixinho bem assim: “Seu nome é Erro,/você é meu mestre, meu querubim.” Trecho do livro infantil “O órfão famoso” de Elisa Lucinda.

Anoushe Duarte Silveiraé brasiliense, jornalista e bacharel em direito, pós graduada em documentário – com especialização em roteiros. Possui textos publicados em jornais e revistas e nos blogs http://www.amigas-da-leitura.blogspot.com/ e http://www.recantodasletras.com.br. Possui livros publicados em coautoria, selecionados em concursos literários.

Posted in: Artigo   Tags: espetáculo teatral, reflexão
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