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Ditadores de nós mesmos, artigo de Anoushe Duarte Silveira.

2012/05/19   admin

Terminei de ler recentemente um romance que se passa na Espanha, durante a ditadura do general Francisco Franco. O que mais me encantou foi o conteúdo histórico da narrativa, o romance acabou ficando em segundo plano. O título do livro é “O retorno” e foi escrito pela autora inglesa Victoria Hislop.

A obra conta a história de uma família que vive em Granada e é praticamente exterminada pela ditadura de Franco. No entanto, a frase que mais me chamou atenção foi dita por um personagem de fora da trama central. Trata-se de um professor de filosofia que, após o fim da guerra civil espanhola, foi capturado e obrigado a trabalhar na construção do Valle de los caídos. O Valle é um memorial franquista monumental e basílica, erguido em memória dos nacionalistas mortos durante a guerra. Ao perceber as péssimas condições dadas aos prisioneiros, assemelhadas à escravidão, o professor falou: ─ Eles podem escravizar meu corpo, mas minha alma me pertence.

É interessante o poder de frase soltas nos fazerem refletir… Essa frase não me saiu da cabeça por muito tempo. Fiquei pensando nas diversas maneiras de termos nossas almas escravizadas, mesmo fora das épocas de ditadura. E, muitas vezes, as tentativas vêm de nós mesmos ─ a todo tempo presenciamos pessoas negociando sua moral e ideologia por dinheiro e poder.

Pior do que ter o corpo escravizado é ter a alma. Mesmo que não seja por dinheiro ou poder, há outras maneiras de tornar as nossas almas escravas. Nós a escravizamos quando nos permitimos viver situações que vão de encontro à nossa maneira de ser por comodismo; quando não falamos o que precisa ser dito por covardia; quando cedemos a chantagens porque nos convém; quando praticamos o errado, conscientes do erro, para tirar proveito disso; quando julgamos e nos consideramos superior; quando não respeitamos as diferenças de raça, sexo, pensamentos e ideologias.

Toda vez que contrariamos a nossa essência estamos escravizando um pouco a nossa alma… É bom a gente refletir um pouco sobre o que nos leva a isso, antes que não haja mais maneira de quebrar correntes, sair da escuridão do isolamento, que já não consigamos mais viver sem as chibatadas, antes que a gente se torne ditadores de nós mesmos.

Anoushe Duarte Silveira é brasiliense, jornalista e bacharel em direito, pós graduada em documentário – com especialização em roteiros. Possui textos publicados em jornais e revistas e nos blogs http://www.amigas-da-leitura.blogspot.com/ e http://www.recantodasletras.com.br. Possui livros publicados em coautoria, selecionados em concursos literários. 

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