Espetáculo teatral “O Bigode”
Adaptação inédita, para os palcos, da obra “O Bigode”, do francês Emmanuel Carrère, estreia mundialmente dia 5 de março, sábado, no Rio de Janeiro, com encenação do grupo LUPA. O espetáculo narra a história de um homem que enfrenta uma crise de identidade após decidir raspar seu bigode.
Compatrocínio da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, Secretaria Municipal de Cultura, por meio do Programa de Fomento “Viva a Arte” 2015, realização do LUPA e Alessandra Reis 27 Produções Artísticas, o espetáculo “O bigode” cumpre temporada de estreia de 5 a 27 de março de 2016, no Teatro Glauce Rocha, de quarta a sábado às 19h e domingo às 18h, com ingressos até 40 reais. Adaptação inédita, para os palcos, da obra homônima de Emmanuel Carrère, o espetáculo narra a história de um homem que enfrenta uma crise de identidade após decidir raspar seu bigode.
O Bigode, no original La moustache, é uma novela do francês Emmanuel Carrère – que também assina títulos como A colônia de férias, Um romance russo, Outras vidas que não a minha, Limonov. Escrito em 1986, a obra possui um enredo aparentemente simples, começa quase como uma brincadeira. A leveza das primeiras páginas chega a pregar peças na emoção do leitor, que logo se vê desconcertado ao perceber que da serenidade, vem o horror. O tema da identidade é explorado sob o prisma conjugal. Como é possível ser íntimo de alguém e, ao mesmo tempo, um completo estranho? E por que a imagem que o outro tem de nós pode ser tão poderosa, capaz de desestabilizar até mesmo quem somos? Os limites do autoconhecimento, a incomunicabilidade amorosa, os parâmetros de normalidade social são magistralmente explorados em O Bigode.
A força da narrativa está no fato de Carrère ser um escritor que sabe manipular as loucuras secretas de todos nós e espalhar o horror com uma calma que só faz reforçar o impacto de sua história. A literatura de Emmanuel Carrère pode ser a realidade ou a ficção, a psicanálise ou a ação, a vontade de se expor ou o desejo de autocompreensão. São essas ambiguidades que fazem de Carrère um dos mais interessantes autores franceses contemporâneos e que o fizeram participar da Festa Literária Internacional de Paraty – Flip, de 2011.
Dez anos após seu lançamento, O Bigode foi adaptado para o cinema, roteirizado e dirigido pelo próprio Carrère. Mas, até hoje, a obra nunca havia sido adaptada para o teatro. Diante do desafio de tornar dramaturgia a literatura, a presente adaptação, assinada Ricardo Leite Lopes, dirigida por Eduardo Vaccari e interpretada por Vicente Coelho, Dulce Penna, que fazem os personagens principais, e João Lucas Romero, narrador da trama, e que juntos formam o Grupo LUPA, pretende alcançar o ritmo vertiginoso da narrativa original, explorando desde seu humor patético até a inevitável tragédia.
O enredo da peça
Numa manhã, um homem, ao se barbear, pergunta a sua esposa: “E se eu raspasse o bigode?” De saída, ela responde encorajando-o ao ato. Ele aproveita sua rápida ausência e decide fazer-lhe esta surpresa. Raspa o bigode que usava há anos. Porém ao retornar ao apartamento ela não faz nenhum comentário e parece ignorar a mudança no visual do marido. De início, parece se tratar de uma troça da esposa. Aos poucos a situação vai se tornando mais curiosa, pois as outras pessoas que ele encontra também não notam ou, pelo menos, não comentam a diferença. Já irritado e desgostoso com a suposta brincadeira de mau gosto, ele finalmente decide perguntar: “Você não vai falar nada sobre eu ter raspado o bigode?” Ao que ela responde: “Que bigode? Você nunca teve bigode!”
Este é o ponto de partida de O Bigode. O advento que desencadeia a crise de identidade deste personagem sem nome, esta trama que flerta com o absurdo, um conto de terror psicológico. Estaria ele louco? Nunca teria usado bigode? Ou seria a esposa, quem teria enlouquecido?
Adaptação inédita para o teatro
O desejo de montar O Bigode surgiu em 2003, ao primeiro contato da atriz Dulce Penna com o livro. Mas foi apenas em 2011, quando Emmanuel Carrère visitou o Brasil, por ocasião da Festa Literária Internacional de Paraty – Flip, que Dulce vislumbrou a oportunidade de concretizar o seu desejo. Junto a Vicente Coelho e Alessandra Reis, encontrou Carrère pessoalmente e falou-lhe da intensão de fazer uma adaptação da obra para o teatro. Curioso pelo resultado, Carrère incentivou a levar a cabo a adaptação e cedeu legalmente os direitos autorais. O processo foi mediado pela equipe da Aliança Francesa. Assim conquistou-se o privilégio e responsabilidade de revelar para os palcos esse expoente da literatura contemporânea, tão celebrado no exterior e tão pouco conhecido no Brasil.
O Grupo LUPA
O LUPA é oriundo de uma parceria, iniciada ainda no curso de direção teatral da UFRJ, entre Dulce Penna, Eduardo Vaccari, Vicente Coelho, João Lucas Romero e Ricardo Leite Lopes. Em 2010 estreou o espetáculo “201”, com texto de Dulce Penna, que conta a história de dois homens que viveram em um mesmo apartamento, mas em épocas diferentes. A encenação cumpriu temporada no Espaço Cultural Sérgio Porto, como parte do Projeto Entre, e na Sala Paraíso do Teatro Carlos Gomes, em 2013. “O Bigode” é o segundo projeto do LUPA.
Serviço
Nome do espetáculo: O Bigode
Sinopse: Adaptação inédita, para os palcos, da obra homônima de Emmanuel Carrère, o espetáculo narra a história de um homem que enfrenta uma crise de identidade após decidir raspar seu bigode.
Local: Teatro Glauce Rocha. Av. Rio Branco, 179, Centro, Rio de Janeiro. Tel. 2220-0259
Estreia: 5 de março, sábado, às 19h
Temporada: 5 a 27 de março. Quarta a sábado às 19h e domingo às 18h.
Classificação indicativa: 16 anos
Ingresso: R$ 40,00 (inteira)
Duração: 80 minutos
Gênero: Drama
Ficha Técnica
Autor: Emmanuel Carrère
Adaptação: Ricardo Leite Lopes
Direção: Eduardo Vaccari
Elenco: Vicente Coelho, Dulce Penna e João Lucas Romero
Cenário e Figurinos: Carla Ferraz
Iluminação: Vitor Emanuel
Trilha Sonora Original: Arthur Ferreira
Assessoria de Imprensa: Ney Motta
Programação Visual: Evee Avila e Fernanda Guizan – Balão de Ensaio
Direção e Execução de Produção: Paula Valente e Rubi Schumacher – Curiosa Cultural
Realização: LUPA e Alessandra Reis 27 Produções Artísticas
Atendimento à Imprensa
Ney Motta | contemporânea comunicação
assessoria de imprensa
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