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Cora Coralina –Todo lirismo de uma vida, artigo de Anoushe Duarte Silveira

2013/08/24   admin
Cora Coralina

Cora Coralina

“…Que riqueza de experiência humana, que sensibilidade especial e que lirismo identificado com as fontes da vida! Aninha hoje não nos pertence. É patrimônio de nós todos, que nascemos no Brasil e amamos a poesia (…)”

Esse é um trecho da carta que Carlos Drummond de Andrade enviou a Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, mais conhecida como Cora Coralina, após ler alguns escritos da autora.

Cora Coralina foi aquela mulher que publicou seu primeiro livro aos 76 anos, que descobriu-se poeta depois de uma vida de luta, que vivenciou um casamento difícil, tolhedor e que expressou, como poucos, todo o lirismo da vida. Como bem disse Drummond de Andrade, “…que lirismo identificado com as fontes da vida!”.

Quando transformou o amor em versos, serviu a seu amado uma poesia numa concha azul do mar. “Este é um poema de amor/ tão meigo, tão terno, tão teu… /É uma oferenda aos teus momentos/de luta e de brisa e de céu… /E eu quero te servir a poesia numa concha azul do mar ou numa cesta de flores do campo (…)”

Os seus desejos não poderiam ser mais lindos! Externou em um de seus poemas a vontade de ser jardineira de um coração. Disse ela que no oficio, “cavou, plantou, nada criou… “. Até uma poetisa como ela sofreu por amor… Mas o que importa é a vontade de cuidar de um coração, afinal, quantos têm essa vontade genuinamente?

A Aninha de Goiás Velho (GO) também foi extremamente inspirada ao poetizar sobre si mesma. Sobre as lembranças difíceis de sua infância disse: “Éramos quatro as filhas de minha mãe./Entre elas ocupei sempre o pior lugar./Duas me precederam – eram lindas, mimadas. Devia ser a última, no entanto,veio outra que ficou sendo a caçula (…). Eu era triste, nervosa e feia./Amarela, de rosto empalamado./De pernas moles, caindo à toa (…).

Cora-Coralina 1

E dessas lembranças também emergiu a cabocla do interior que nos convida a viajar para o seu mundo sinestésico, habitado por várias mulheres. E qual de nós não se identifica com isso? Em seu poema “Todas as vidas”, ela diz: “Vive dentro de mim /uma cabocla velha/ de mau-olhado,/acocorada ao pé do borralho, olhando pra o fogo. (…) Vive dentro de mim a lavadeira do Rio Vermelho (…) Vive dentro de mim/ a mulher cozinheira./ Pimenta e cebola (…) Vive dentro de mim / a mulher da vida (…) Todas as vidas dentro de mim: Na minha vida – a vida mera das obscuras”.

E um grande ensinamento que ela deixou, acho eu, foi o de incentivar a tocar o coração das pessoas. “Muitas vezes basta ser: colo que acolhe, braço que envolve, palavra que conforta, silencio que respeita, alegria que contagia, lágrima que corre, olhar que acaricia, desejo que sacia, amor que promove. E isso não é coisa de outro mundo, é o que dá sentido à vida. É o que faz com que ela não seja nem curta, nem longa demais, mas que seja intensa, verdadeira, pura enquanto durar. Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina.”

Se estivesse viva, Cora Coralina faria 120 anos neste mês de agosto. Ainda bem que as palavras são eternas e podemos continuar aprendendo o que ela sabiamente transferiu, todo o lirismo de uma vida!

“Eu sou aquela mulher

a quem o tempo muito ensinou.

Ensinou a amar a vida

e não desistir da luta,

recomeçar na derrota,

renunciar a palavras

e pensamentos negativos.

Acreditar nos valores humanos

e ser otimista. (…)

Anoushe Duarte Silveira é brasiliense, jornalista e bacharel em direito, pós graduada em documentário – com especialização em roteiros. Possui textos publicados em jornais e revistas e nos blogs http://www.amigas-da-leitura.blogspot.com/ e http://www.recantodasletras.com.br. Possui livros publicados em co-autoria, selecionados em concursos literários.

Posted in: Artigo   Tags: Carlos Drummond de Andrade, Cora-Coralina, poetisa
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